



Onde a Natureza se confunde com a Serra
“Por aqui passaram os mais diferentes povos da antiguidade, os quais, por meios pacíficos ou pela conquista, se instalaram, dominaram e muitas vezes, se confundiram com os primitivos povos naturais.
Os Cartagineses, dominaram aqui, desde o século VI até ao ano 218, antes de Cristo.
Seguiram-se-lhes os Romanos, cujo domínio durou desde aquele tempo até ao século V da era cristã, cerca do ano 409.
Vieram depois os povos bárbaros a que se seguiu a monarquia visigótica, que durou desde 414 até ao ano de 710.
Todas as lutas para a posse do território, e, especialmente, as que se travaram entre os príncipes cristãos e os muçulmanos, dominadores da península, revestiram-se da maior violência no decorrer de grandes batalhas, com inúmeros ataques e contra-ataques.
ERVEDAL deve ter suportado todas as inclemências a que estiveram sujeitas as outras povoações da região.
Que assim é, de facto, atestam-no os inúmeros vestígios que se deparam, por vezes, nos campos que circundam a vila, a que nem sempre se liga a devida importância, por desinteresse ou por desconhecimento do seu valor para estudo do passado do Ervedal. ”
in “Ervedal de outros tempos” de Sebastião Ferrão Melo Junior
Um homem com uma imaginação invulgar e uma força interior extraordinária. Trocou os moinhos tradicionais movidos a água por mós movidos a energia electrica.
Com mais de 60 anos sente e vive esta profissão que o ocupou desde sempre, com prazer e e orgulho
De uma simplicidade exemplar inicia o dia logo pela alvorada até altas horas da noite.
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Carlos Manuel Amaral
Pequena história da vida do Oleiro
O Sr. Manuel já trabalha como oleiro desde os seus 8 anos. Aprendeu essa profissão com seus pais e já os seus bisavós eram oleiros.
Aos 18 anos, foi obrigado a deixar esta profissão pois com o aparecimento dos plásticos as pessoas já não compravam tantas peças de barro. Foi forçado a ir para Lisboa com a sua família, já que, por aqui não ganhavam o suficiente para o seu sustento.
Mesmo longe da sua oficina, tinha desejo de trabalhar o barro. Sempre que passava nas ruas de Lisboa, tentava ver se encontrava um local onde ele fosse trabalhado.
Finalmente, um dia encontrou a dita oficina. Na montra estavam várias peças de barro. A curiosidade e a ansiedade levaram-no até lá dentro e deram-lhe coragem para pedir para fazer uma peça de barro.
Os dois senhores que estavam na oficina quando ouviram tal coisa acharam que o Sr. Manuel estava a brincar (gozar). Então, riram-se dele, deram-lhe uma oportunidade e entregaram-lhe um avental.
“Só pela maneira como colocou o avental, já vimos que percebe de olaria” – exclamaram os dois homens.
Então, o Sr. Manuel sentou-se e começou a trabalhar o barro e dali saiu uma peça elaborada apenas pela sua imaginação. Eles, encantados, contrataram- no logo como empregado.
Mais tarde voltou à sua terra, à sua oficina e continuou a trabalhar na olaria até aos dias de hoje.
Descrição da oficina do Oleiro
A oficina do Sr. Manuel é pequena, mas tem o espaço necessário para ele produzir as suas peças de barro, contando às vezes com o apoio da sua esposa.
Esta oficina tem todos os materiais que o oleiro necessita para o seu trabalho: duas rodas de oleiro, três estantes onde são depositadas as peças depois de saírem da roda, um forno para cozer as peças e ainda uma fieira para moer o barro.